quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Chefs Vietnamitas

Já há muito havíamos decidido que em Hoi An faríamos um curso de cozinha vietnamita e assim foi.

Como qualquer chef, começamos logo cedo por uma visita ao mercado para adquirir os ingredientes necessários. Primeiro a banca das frutas e legumes onde, entre aprender os nomes dos mais variados legumes, fomos provando as frutas exóticas e por nós nunca antes vistas.

Depois, seguimos apressadamente pelas bancas da carne e do peixe. Ainda bem que apressadamente, porque não estávamos preparados para o cenário. Apesar de termos noção que é assim que são os mercados por aqui, não precisamos de largas horas para os estudar.

Estávamos quase preparados para começar a cozinhar. Faltava só, aproveitar a lição com explicações detalhadas dos mais variados ingredientes da cozinha vietnamita. Desde noodles a papel de arroz, frutos secos, gelados, pão e especiarias tudo foi explicado.

Agora vamos lá cozinhar!

A sala, onde estava mais alunos tão atentos e empenhados como nós é extremamente bem organizada, tendo cada um o seu fogão, os seus utensílios e ingredientes. A chef Miss Vy, conhecida internacionalmente e que já ensinou ou mostrou como se cozinha no Vietname a figuras conhecidas como Gordon Ramsay e Anthony Bourdain, foi explicando cada prato, que logo de seguida confeccionamos e comemos.

Tira-gosto: Sopa do primeiro dia (nome nosso)
Esta sopa, composta por couve, camarão e uns pequenos pasteis de camarão cuidadosamente embrulhados em folhas de couve, é o prato que a esposa faz para a família do marido no primeiro dia após o casamento, e pelo primeiro mês. Uma boa sopa é sinónimo de uma boa nora! 
Aqui demos cartas, era outra sopa, mas para nós foi canja! Até a empratar (sim, a sopa tinha que ser empratada) demos cartas, virando o caldo do tacho para a tigela, segurando-o com os pauzinhos (não há cá pegas). E se era boa!! Apesar de ser cedo comemos até não haver mais.

Main Course: Galinha com 7 especiarias
Aqui, pegamos em 7 especiarias, muitas delas típicas do vietnam, molho de peixe, e sumo de limão e fizemos uma pasta com a qual envolvemos 2 pedaços de frango e colocamos numa espetada. A espetada foi levada pelos assistentes que se encarregariam de a grelhar.

Entrada: Panqueca vietnamita
Com uma massa temperada, uns pedaços de carne de porco e uns pequenos camarões, fizemos uma panqueca que recheamos com ervas aromáticas e banana verde, que embrulhamos num wrap. A paqueca come-se com o molho típico para os spring rolls e que, feito por nos, contem agua, sumo de lima, molho de peixe, açúcar, alho e uma malagueta picada. E depois é ir molhando no molho e devorando a panqueca. Bem boa.

Ainda para o Main Course: Salada de Manga verde (que acompanharia a galinha)
Utilizando um instrumento especifico (que depois levamos como presente) descascamos a manga verde, fizemos golpes na manga e a cortamos em finas fatias compridas que se juntaram a alface e ervas aromáticas. Fizemos o molho igual ao anterior e com sementes de sésamo e amêndoas picadas fizemos a salada que estava absolutamente deliciosa.

Acabamos o nosso almoço muito satisfeitos. Aquilo não pareceu assim tão complicado, e até nos deram as receitas.

Alguém quer ser nossa cobaia?



























quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Hoi An

As expectativas para Hoi An eram elevadas e não saíram defraudadas.

A parte mais histórica e pitoresca desta vila é património da humanidade e percebe-se bem que o verdadeiro interesse desta nomeação é manter aquele traço e aquela arquitectura que rodeia o lago e que pertence igual há mais de 100 anos. Com grande influencia japonesa, nomeadamente pela ponte característica e símbolo da cidade, foi, noutros tempos porto de abrigo de pescadores que moravam nas casas que hoje, bem conservadas, são restaurantes e lojas. Para fora desta área preservada o cenário, apesar de mais moderno, não muda muito, sendo sempre povoado de muito comercio. O comercio, para além do típico souvenir, é essencialmente de roupa mas, e para surpresa nossa, roupa à medida. Dizem que há mais de 200 costureiras e alfaiates na vila prontos a fazer desde um fato de homem a um vestido de noite. 

Como chegamos já depois do almoço, tivemos tempo para passar a tarde a deambular pelas ruas e a dominar o mapa. O nosso hotel ficava na praia, a uns 5kms do centro, o que nos proporcionou uns belos mergulhos de mar ao final dos 3 dias que estivemos em Hoi An. 

Na primeira noite e, após pesquisa intensa de um restaurante, decidimos ir ao Miss Ly, altamente reputado, mas quando chegamos estava mais que esgotado. Voltamos no dia seguinte e bem que valeu a pena. No entanto, nessa noite o simpático gerente (pelo sotaque deveria ser americano) nos recomendou um pequeno restaurante japonês. Lá fomos todos contentes a penar em Sushi e, quando abrimos a ementa, na primeira pagina o proprietário pedia desculpa mas não servia Sushi, mas sim, comida japonesa caseira. Soubemos depois de longa conversa que este ex-organizador de casamentos de Osaka se desentendeu com o chefe, espetou-lhe 2 murros, pegou nas coisas e foi para Hoi An. Depois de algumas semanas começou a ligar à mãe para que, pelo telefone, o ensinasse a cozinhar. Voltou ao Japão, fez uns curso, voltou a Hoi An e abriu o restaurante. Este, do mais simples que há, com apenas 6 mesas e paredes nuas. Apenas uma televisão que passa ininterruptamente imagens do Japão. A comida era muito boa e tinha mesmo aquele ar caseiro. 

No dia seguinte andamos de bicicleta para todo o lado. Começamos de um lado de Hoi An pelo meio de campos de arroz. Tínhamos um mapa do percurso mas, uma distracção de minutos, fez errar uma estrada o que obrigou a atravessar um campo de arroz por caminhos, digamos, mais adequados ao trial. Sob protestos de alguns membros da equipa lá retomamos o mapa e continuamos pelos campos e aldeias vizinhas até voltarmos a Hoi An e encontrarmos os famosos 2 portugueses que lá vivem há 4 meses. Aqueles da revista Visao. Da Covilhã para Hoi An! Vendem artigos desportivos e fazem doces para fora, como pasteis de nata e bolos. Da longa conversa, percebemos que estão contentes com o desafio, mas como qualquer desafio, tem coisas boas e outras mais ou menos. Principalmente, acho que a lingua é o grande entrave e, como qualquer emigrante têm de se apoiar em quem fala inglês e isso nem sempre indica confiança. 

Seguimos na nossa bicicleta para uma voltinha do outro lado de Hoi An. Mais uma vez o mapa não ajudou e provavelmente a volta foi maior do que tínhamos planeado. Vimos outras aldeias, crianças a sair da escola, pequenas habitações enfiadas em campos de palmeiras, muitas bicicletas e muitas motas.

Voltamos ao Miss Ly para jantar. Este restaurante era, há 20 (vinte!!) o único existente em Hoi An. O turismo trouxe muitos mais mas este continua lá, sempre cheio, onde provamos o Cao Lau, um prato de noodles com porco que só existe em Hoi An.

Olhá foto!!

(Apesar de aparecerem aqui em formato reduzido as fotos podem ser vistas em maior tamanho e óptima resolução clicando sobre elas. A gerência agradece)